Doença Ocupacional: o que é, como comprovar e quais são os seus direitos

Você sabia que problemas de saúde causados ou agravados pelo ambiente de trabalho podem gerar direito a indenização, estabilidade e até aposentadoria por invalidez? Muitas vezes ignorada por empregadores, a doença ocupacional é uma realidade grave que atinge milhares de trabalhadores no Brasil.

Neste artigo, você vai entender o que configura uma doença ocupacional, quais os seus direitos e o que fazer caso esteja passando por essa situação.


O que é uma doença ocupacional?

A doença ocupacional é aquela que tem relação direta com o exercício do trabalho. A legislação brasileira classifica esse tipo de enfermidade de duas formas:

1. Doença profissional

É aquela causada diretamente pela atividade exercida. Por exemplo: problemas pulmonares em trabalhadores da mineração, ou perda auditiva em quem atua com ruído constante.

2. Doença do trabalho

É aquela adquirida ou agravada pelas condições do ambiente, mesmo que não esteja diretamente ligada à profissão. Exemplo: transtornos mentais causados por assédio moral, ou lesões por esforço repetitivo (LER/DORT) em função do ritmo de trabalho.


Exemplos comuns de doenças ocupacionais

  • LER/DORT (lesões por esforço repetitivo)

  • Transtornos de ansiedade ou depressão decorrentes de pressão excessiva ou assédio

  • Problemas na coluna (hérnias, lombalgias) por excesso de peso ou má postura

  • Dermatites causadas por produtos químicos

  • Perda auditiva (PAIR) em ambientes com ruído constante

  • Doenças respiratórias em trabalhadores expostos a poeiras, mofo ou substâncias tóxicas


Quais são os direitos do trabalhador com doença ocupacional?

Quando a doença é comprovada como relacionada ao trabalho, o trabalhador pode ter direito a:

1. Estabilidade no emprego

Após afastamento superior a 15 dias com recebimento de auxílio-doença acidentário (espécie B91), o trabalhador tem garantia de estabilidade por 12 meses após o retorno.

2. Indenização por danos morais e materiais

Se for comprovada culpa do empregador (por negligência com segurança, omissão, assédio etc.), é possível pedir na Justiça o pagamento de indenizações.

3. Recolhimento de FGTS durante o afastamento

Nos casos de afastamento por doença ocupacional (B91), a empresa deve continuar recolhendo o FGTS enquanto o trabalhador estiver afastado.

4. Auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez

Se a incapacidade for temporária, o trabalhador tem direito ao auxílio-doença. Se a incapacidade for permanente, pode ser concedida a aposentadoria por invalidez, desde que comprovado que não pode exercer nenhuma atividade profissional.


Como comprovar a doença ocupacional?

A comprovação exige documentos e laudos que relacionem a doença com o trabalho. Veja o que pode ser utilizado:

  • Laudo médico detalhado

  • CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho (pode ser emitida por sindicatos ou até pelo próprio INSS, se a empresa se negar)

  • Exames médicos (perícias clínicas, exames de imagem etc.)

  • Relatos de colegas de trabalho, provas de assédio, registros de jornada

  • Perícia judicial, em caso de ação trabalhista ou previdenciária

A empresa é obrigada a emitir a CAT?

Sim. A emissão da CAT é obrigatória sempre que houver suspeita de que a doença tem relação com o trabalho. Se a empresa se recusar, o próprio trabalhador, sindicato ou médico pode comunicar ao INSS.


Quando procurar ajuda jurídica?

Se você está com problemas de saúde relacionados ao trabalho e a empresa:

  • não emitiu CAT

  • nega a relação da doença com a atividade

  • dificultou o afastamento

  • te dispensou após o retorno

  • ou você está com dificuldades de conseguir o benefício no INSS

Procure imediatamente um advogado especialista em Direito do Trabalho e Previdenciário. Muitas vezes, apenas por meio da Justiça é possível garantir os seus direitos.


Conclusão

A doença ocupacional não deve ser tratada como algo “normal do trabalho”. Ela é uma consequência da falta de condições adequadas e pode gerar danos irreparáveis à saúde do trabalhador. Conhecer seus direitos é o primeiro passo para buscar justiça, proteção e dignidade.

Se você está enfrentando essa situação, não hesite em buscar apoio profissional. O seu direito à saúde vem em primeiro lugar.

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